15 Junho 2020

Trilogia 69: O 6 do 9


Ano: 2020, Videos, VideoArte, EdiyPorn, Trilogias

Esta trilogia surgiu da participação de Paulx no projeto Corpos em Quarentena. No caso da participação de Paulx, a sessão de fotos foi gravada e, no desejo de seguir criando e refletindo sobre a experiência, Paulx e Chris resolveram fazer um troca-troca, ou melhor, um 69. O olhar singular de quem estava do outro lado da câmera foi transpassado em vídeo. O 6 do 9 – foi editado por Chris, The Red e está publicado aqui junto com o texto de Paulx sobre suas impressões da sessão de fotos; o 9 do 6 – editado por Paulx está publicado no site EdiyPorn junto com o texto de Chris. Dois vídeos e dois textos, cada um trazendo o olhar e as sensações próprias da experiência vivida durante a sessão fotográfica. Assim, as bixas se somam num 69 bem gostoso de se ver, se ouvir e se sentir.

VÍDEO 01: O 6 DO 9
Gravação e Edição: The Red Studio
Fotografia: Chris, The Red
Performance: Bixa Puta
São Paulo, 2020

VÍDEO 02: O 9 DO 6
Gravação: The Red Studio
Edição: Paulx
Fotografia: Chris, The Red
Performance: Bixa Puta
São Paulo, 2020

O 9 do 6 por Paulx BixaPuta

Sábado. 23.maio.2020. Participei do Corpos em Quarentena, trampo fotográfico do Chris, The Red, no qual ele fotografa corpos nus à distância. Seguir, criar em crise. Pra aprofundar a troca, ele mandou um questionário. Sentei pra responder, tava indo bem, mas travei naquela pergunta. Saí do computador, fui fazer qlqr coisa. Umas 10h depois voltei. Reabri o questionário e elaborei brevemente uma série de questões que tem me perpassado desde que mergulhei no pornô, na EDIYPORN, numas entranhas expostas.

Eu gosto muito do meu corpo, gosto da relação que temos, de me dar prazer, descobrir pontos e ações que geram tesão, gosto de quebrar os meus limites. Mas tenho questões de como as pessoas vêem ou lêem o meu corpo, porque em uma foto ou vídeo poderia ser associado a uma identidade de gênero cis-masculina. Eu sou uma bixa não binária, habito a zona cinza das nuances entre os binarismos do que se lê como homem ou mulher, cis ou trans. Mas as características culturais associadas ao corpo humano ainda estão carregados demais das heranças ciscêntricas. Por que ainda associamos o pau à masculinidade, um orifício penetrável à feminilidade, pêlos ou tamanhos de cintura? Nada disso é sobre biologia. Mas, quando exerço o exibicionismo me sinto desejável. Tem uma coisa da relação de interesse mútuo entre câmera e performer que me parece potente. É como uma corporalidade ciborgue, em que a câmera é o olho e a memória, dividida entre cérebro e o cartão SD. Do outro lado, a performance também cria outra corporalidade ciborgue: dildos, máscaras, movimentos, autoficções. A relação entre ciborgues se dá a partir do tesão pela ação, pela situação, pelo acordo pré-estabelecido e pela forma como ele se desenrola. Me excita ver a excitação da outra pessoa e acho que, como todas as relações que perpassam pelo desejo e prazer sexual, o diálogo é fundamental pra a troca. Se escutar, se olhar, se abrir aos detalhes que o outro corpo comunica e, ainda que haja a intermediação das câmeras, das telas, dos cabos, há dois corpos presentes. Dois corpos entregues a uma narrativa comum.

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