Doctor Red é um terapeuta fotopornosexualigráfico que conta imageticamente histórias e vivências das corpas dissidentes, desobedientes. Doctor Red quer fuder com o CIS-tema “heterobrancocissaudávelnorma” (Bruna Kury, 2020) [1] que teima em nos colocar a margem. No entanto, Doctor Red não fode sozinho, fode em grupo, pois o grupal tem mais força, tem mais potência. É fluide, navegando e mergulhando fundo nas histórias e na sexualidade de todes, todas e todos que por sua cama-divã transitam não apenas para serem fotografades, mas também para compartilharem experiências, “causos”, alegrias, medos. Realizarem desejos e fantasias. Provocar. Questionar e se unirem para juntes serem ainda mais fortes na resistência para desmantelar as violências sofridas pelas corpas pretas/negras, lésbicas, trans, mulheres, feministas, não-binárias, intersex, assexuais, bi, com deficiência, bichas e tantas corpas que são caladas, ou melhor, que tentam calar, pois como escreveu Conceição Evaristo: “Eles combinaram de nos matar. E nós combinamos de não morrer”. Nesta performance, o artista Chris, The Red assume esta outra persona que ao se conectar a outras pessoas, não deseja apenas fotografá-las, mas ouvir suas histórias de lutas, de resistências e assim, desmantelando a hegemonia do sistema patriarcal, cis, hétero e normativo.
______
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001. This study was financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Finance Code 001.